Domingos Ferreira de Veras, abastado fazendeiro das ribeiras do Pirangi, não se enquadrava no perfil da grande maioria dos revoltosos da balaiada, “levante popular” ocorrido no período regencial (1839 a 1841) que envolveu as províncias do Maranhão, Piauí e Ceará. Fruto das elites agrárias luso-pernambucanas que se estabeleceram no norte do Ceará no limiar do século XVIII, Domingos era neto do capitão Diogo Alves Ferreira de Veras e dona Francisca Tomásia, bisneto, portanto, de Tomás Ferreira de Veras e Joana da Costa Medeiros, senhores daqueles rincões. “Os rebeldes foram sucessivamente batidos em varios encontros, tanto na província do seu mando, como nas do Piauhy e Ceará, para onde affluiram” [Abreu e Lima]. Refugiado no termo de Granja-CE, Domingos Ferreira de Veras apresentou ao Juiz municipal daquela comarca a seguinte justificação judicial: “Diz Domingos Ferreira de Veras, morador da província do Piauhy e de presente existente nesta villa, que para bem de seu direito se lh...