Simplício Dias à espera de Napoleão Bonaparte na praia da Pedra do Sal | por Pádua Marques

Imagem Blog Chavalzada Se pudessem dizer pelo menos alguma coisa, um nome feio por menor que fosse e não parecesse ofensa e insubordinação, aqueles soldados famintos, com sede e os pés cheios de bolhas certamente diriam que o capitão Simplício Dias da Silva, aos trinta e cinco anos, estava fazendo papel de palhaço em cima daquelas pedras e com os olhos vidrados pra dentro do mar, na praia imensa e sem vida da Pedra do Sal, naquela manhã de fevereiro de 1808. Tudo porque o governador da capitania do Piauí, Carlos César Burlamaqui, que passava o dia lá na distante Oeiras limpando as unhas com a ponta de um punhal e de vez em quando fumava um cigarro filado de um cabo puxa saco, cismou de mandar pra Parnaíba um estafeta, instruindo o capitão Simplício Dias da Silva de que ficasse com os olhos bem abertos porque o Piauí corria o risco de ser invadido pelo general e imperador Napo...