As comemorações do 19 de outubro em Parnaíba|Por Vicente de Paula Araújo Silva

 


AS COMEMORAÇÕES DO 19 DE OUTUBRO EM PARNAÍBA

 Da série: Missivas Para Simplício Dias                               

                       Vicente de Paula Araújo Silva "Potência"

 Caro Fidalgo, 

                      Hoje, 19 de agosto de 2020, mais uma vez , como há muitos,  a nossa cidade , celebra através de  atos solenes 198 anos  da ação política dos valorosos parnaibanos, quando,  naquele 19 de outubro de 1822,  na então Villa de São João da Parnaíba, sob o seu comando, foi dado  o brado de independência do Brasil no Piauí.  A notícia  ecoou  pelas várzeas e chapadas do solo piauiense, e a façanha consolidou,  depois de muito sofrimento e lutas,  a permanência das províncias do norte na nação brasileira. Portanto vale a pena lembrar a história . 

          Dom João VI ao retornar a Portugal em 1821, entendia que era inevitável a separação do Brasil da coroa portuguesa. Naquela ocasião, em conversa com o Príncipe regente que ficaria no Rio de Janeiro, alertou-o para essa possibilidade intimando-lhe a colocar a coroa sobre sua cabeça, antes que algum aventureiro assim o fizesse.

         Diante disso, sob a articulação política dos irmãos Andradas no Brasil e Portugal, da campanha jornalística do maçom Hipólito da Costa, no jornal Correio Braziliense, editado em Londres, preparando o clima para o reconhecimento pelos governos estrangeiros da nossa almejada independência política ,  bem como,  a ação da maçonaria em todo o país, provocaram o elenco de ocorrências que culminaram com os acontecimentos de 7 de setembro de 1822 , em São Paulo e 19 de outubro de 1822, em Parnaíba.

         Dentre os muitos fatos que se desenrolaram ao longo do processo de Independência do Brasil, os mais importantes foram a Promulgação  dos Decretos nos 124 e 125 da Corte Portuguesa, datados de 29 de setembro de 1821, através dos quais, o Brasil perdia a condição de Reino-Unido; O Dia do Fico em 06 de janeiro de 1822; O manifesto redigido por Joaquim Gonçalves Ledo e assinado por Dom Pedro em 01 de agosto de 1822 e finalmente em 7 de setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga em São Paulo, o recebimento das correspondências enviadas pela Princesa Leopoldina e José Bonifácio, intimando-lhe a dar o brado de  Independência ou Morte. 

          A partir daí, estava deflagrada a campanha de consolidação da Independência do Brasil.

Aqui na Vila de São João da Parnaíba, sob a inspiração do Juiz de Fora João Cândido de Deus e Silva e o apoio do líder parnaibano Simplício Dias da Silva, a partir de setembro, os simpatizantes da causa brasílica manifestavam-se a todo vapor, razão pela qual, portugueses influentes na comunidade, solicitaram a remoção do Comandante do destacamento militar Tenente Joaquim Timóteo de Brito, pois o mesmo estava a favor do movimento.

          Decisivamente para as províncias do Norte, em 19 de outubro de 1822, o Cel. Simplício Dias, a frente da guarnição militar em Parnaíba, ao dado de membros do Partido Brasileiro e o  povo, conclamou o Senado da Câmara a  aceitar a situação política de Independência do Brasil, sob o comando de Dom Pedro.

         A junta  de Governo do Piauí, em 6 de novembro de 1822, toma conhecimento do evento de Parnaíba, e, em 13 do mesmo mês, o Governador das Armas, João José da Cunha Fidié, já estava a caminho do foco libertário com a tropa reforçada  e armas que pode arregimentar.

         Apoiado em água pelo vaso de guerra Infante D. Miguel, enviado pelo Governo do Maranhão, penetra na vila em 18 de dezembro de 1822, iniciando-se, então, um período tenebroso para os familiares dos líderes do movimento nacionalista que haviam deslocado-se estrategicamente ao Ceará, com a finalidade de recrutarem combatentes, e, de volta, sitiarem o inimigo na área em que o povo já despertava para a importância do movimento.

      As notícias da adesão ao movimento em Oeiras, a tomada de Piracuruca por Leonardo Castelo Branco em 22 de janeiro de 1823, as escaramuças no combate na Lagoa do Jacaré (Piracuruca),  o desastroso sacrifício de brasileiros na  “Batalha de Jenipapo” em que Fidié  ganhou mas não levou,  e finalmente a sua fuga para o Maranhão, onde, posteriormente, foi derrotado em Caxias, foram fatos que consolidaram  a Independência Política do Piauí e do meio norte do Brasil.

 

Phb, 20 out.2019 – Vic.

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