A abolição no Ceará aconteceu 4 anos antes da Lei Áurea



Em 1881, ou seja, 7 anos antes da assinatura da Lei Áurea, no porto de Fortaleza, não entravam mais pessoas escravizadas.
Realmente parou o mercado escravista naquele final de janeiro no Ceará. Foi uma verdadeira paralisação dos jangadeiros ao tráfico de escravos.
Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde, filho da rendeira Matilde, viúva de um pescador, trabalhava no porto, como segundo prático.
Não se envolveu diretamente nesse primeiro momento, nem poderia, mas disponibilizou as suas jangadas para os protestos.
A população estava ao lado da revolta.
Por mais que a escravidão tivesse se definhando, com cara, tardiamente, de fim, com movimentos abolicionistas rolando soltos em diferentes lugares, principalmente na capital Rio de Janeiro e São Paulo, aquela atitude desafiava os donos de pessoas escravizadas.
Agosto de 1881 é o ponto de virada na vida do Chico da Matilde, hoje conhecido Dragão do Mar, e do fim do tráfico de pessoas escravizadas no Ceará.
O militar Camerino queria ir pra Belém levando duas mulheres escravizadas. Os jangadeiros, agora com liderança de Chico da Matilde, agiram. Com apoio da população e de abolicionistas, cercaram a charrete que levava as duas escravas.
Conseguiram soltar as duas.
Isso gerou um desgaste imenso com o chefe da polícia, com a marinha e com o presidente da província do Ceará, Leão Veloso.
Leão Veloso mandou demitir todos os envolvidos. Chico da Matilde, claro, estava na rua.
Por causa dessa liderança, Chico da Matilde caiu nas graças dos abolicionistas, pessoas letradas, elite intelectual.
Não tinha mais volta. A escravidão estava sendo derrotada.

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