O cemitério da Lagoa do Cercado

O CEMITÉRIO DA LAGOA DO CERCADO


Essa burra é mansa, Lázaro, perguntei, no que ele disse que ela era muito espantada, o que não me pareceu ser boa ideia, mas a única monta para eu retornar ao Curral Grande. Então lá foi eu montar na burra do Lázaro, espantada, e que me deixaria sobressaltado sempre, haja vista que meu sono era grande, e certamente como poderia eu tirar um cochilo em cima dela se ela era espantada? O pior foi passar em frente ao cemitério do Eudésio Aragão, pois havia muita gente morta, e todo mundo sabe que gente morta só gosta mais de passear a noite e rezas só lhes servem nos breus mais escuros, e raramente se já ouviu falar de marmotas em sol quente tinindo.
Ao se aproximar do cemitério sinto certos receios o que não era comum a minha pessoa, pois eu pregava contra almas de outros mundos, crenças das testemunhas de Jeová, pois se diz lá que ao morrer a pessoa a alma morre junto e não existem imortalidade da alma humana, não existindo vida no céu e nem no inferno. Mas lá estava eu em cima da burra do Lázaro, temendo um espante dela e ele me rebolar ao chão e temendo agora as almas de outros mundos, ou sei lá, o cão se esquecer que eu era testemunha de Jeová, e que pregava contra a crença que almas, visagens, assombrações e outras estrepolias fossem realmente alma de gente morta. A crença das TJs é que é o cão / capeta / diabo / satanás / quem realmente sai por ai imitando assombrações e almas, pedindo rezas e velas com intuito de enganar o povo sobre crenças da vida e do pós morte.

Autor: Miguel Fontenelle Roque Aragão

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