Medusa: Conheça a verdadeira história da vilã injustiçada



A história da Medusa é uma das mais conhecidas da mitologia grega. Na lenda, a terrível górgona com cabelos de serpente e olhar petrificador acaba sendo decapitada pelo herói Perseu e passa a ser utilizada como arma de guerra. Quem assistiu ao filme Percy Jackson (2013) está bem familiarizado com a cena, longamente reproduzida, sobre os perigos de se confrontar a górgona.

Mas uma versão menos conhecida dessa história retira a personagem do papel de vilã, colocando-a como vítima da irresponsabilidade dos deuses gregos — cujas características espantosas como orgulho, inveja, obsessão e fúria se afastam muito da ideia de um deus bondoso propagada pelo cristianismo.

Sacerdotisa de Atena

Antes de se transformar em monstro, Medusa vivia com suas irmãs no templo de Atena, deusa da guerra e da sabedoria. Segundo o poeta grego Hesíodo, que escreveu entre 750 e 650 a.C., ela era uma linda mulher com traços elegantes e um cabelo invejável.

Filha das divindades marinhas Fórcis e Ceto e irmã de Esteno e Euríale, Medusa era a única mortal da família, e respeitava os ensinamentos de Atena se mantendo virgem e casta para continuar a exercer o sacerdócio. Entretanto, a sua beleza atraía homens de muitas cidades, que iam ao templo, não para levar oferendas, mas para observá-la — o que acabava enfurecendo a deusa.

Um desses homens era o deus Poseidon, tio de Atena, que nunca se entendeu com a sobrinha. Nas histórias lendárias sobre o surgimento da cidade de Atenas, a região da Ática era disputada pelos dois deuses, e coube à população escolher qual deus seria o patrono do local, ou seja, aquele que fornecesse aos habitantes o presente mais útil.

Poseidon criou uma fonte de água e Atena forneceu uma muda de oliveira, útil para fabricação de óleo de oliva. A cidade então a nomeou como padroeira local, o que gerou a rixa familiar entre os dois deuses.

Poseidon obsessivo

Poseidon tinha consciência de que as sacerdotisas de Atena deveriam ser puras, mas isso não o impedia de cortejar a bela Medusa, que se esquivava constantemente. Cansado das negativas e dominado pela paixão, o deus dos mares decidiu violar a sacerdotisa dentro do templo e em frente à estátua de Atenas que, furiosa, optou por castigá-la — afinal, Poseidon estava apenas seguindo sua natureza de homem, e a culpada era aquela que o seduziu com seus encantos.

A Maldição

Pela violação de seu templo, Atena transformou Medusa num terrível monstro. Seus cabelos viraram serpentes, seu corpo criou escamas e os dentes foram transformados em presas de javali. E o pior: a maldição determinava que todos os que olhassem para ela virariam pedra, o que condenou Medusa a uma terrível solidão.

Expulsas do templo, as três irmãs se refugiaram em uma caverna no extremo oriente da Grécia, onde podiam viver sem maiores conflitos — até que os guerreiros da  Grécia passaram a visitar o local para confrontá-la e tomar sua cabeça como arma.

Um deles foi Perseu, jovem semideus obrigado pelo rei da ilha Cícade a decapitar o monstro — caso não o fizesse, sua mãe seria violada pelo rei. Pedindo auxílio aos deuses, o jovem recebeu presentes que o auxiliaram na empreitada, como um elmo que o tornava invisível e uma bela espada. Com esses auxílios, Medusa, que já havia sido violentada e amaldiçoada, foi decapitada.

Quando o herói Perseu derrotou Medusa, uma gota de seu sangue entrou em contato com a água e ouviu-se um grande trovão. Surgiu, então, uma espuma branca sobre a água e um belo cavalo branco com asas emergiu — era Pégasus, filho da relação entre Poseidon e Medusa. Sim, a violação da deusa no templo tinha gerado uma gravidez. Além de Pégasus, o gigante Crisaor também emergiu como fruto da relação entre os dois.

Fonte: Aventuras na História

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