Por que se fala na posição em que Napoleão perdeu a guerra?


Usada normalmente quando uma pessoa está de quatro ou em posição genupeitoral (ajoelhado com a cara no chão, ou simplesmente de quatro ), a expressão existe na língua portuguesa e é atribuída à possível posição em que o general francês Napoleão Bonaparte se encontrava num momento de derrota. No entanto, não há comprovação histórica para o fato.

As explicações são as mais variadas. “Fala-se da possibilidade de Napoleão ter se abaixado durante a Batalha de Waterloo — cuja derrota, em 1815, marcaria o fim definitivo de seu Império —, para apanhar algum objeto que caíra no chão, e ter ficado exposto ao fogo inimigo”, afirma a historiadora Raquel Stoiani, autora do livro Da Espada à Águia: Construção Simbólica do Poder e Legitimação Política de Napoleão Bonaparte.

“Há ainda quem diga que, devido a uma suposta crise de hemorroidas, ele teria passado horas na tal posição, sem poder andar a cavalo. Assim, não teria tido tempo suficiente para elaborar devidamente sua estratégia para o confronto.”

Alguns pesquisadores ainda cogitam a possibilidade da expressão ter se originado quando Napoleão e seus soldados voltavam exaustos e derrotados pelas geleiras da Rússia. No percurso, eles caíam, reclinando-se e formando com seus corpos ângulos de 90 graus — a campanha da Rússia, em 1812, é considerada o início da derrota do general.

Segundo o historiador americano David Bell, especialista em Napoleão da Universidade Johns Hopkins, tal expressão não encontra similar em outras línguas. “Em inglês, alemão ou francês não existe menção ao fato”, diz.

Seja qual for a explicação dada para a expressão na época em que surgiu, provavelmente foi inventada como uma vingança sarcástica. Napoleão era um grande inimigo de Portugal — e, portanto, do Brasil. A coroa portuguesa veio parar aqui Brasil fugida dele. Inventar uma história humilhante sobre tem a ver com o espírito com que a notícia de sua derrota final deve ter sido recebida por portugueses e brasileiros.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

HISTÓRIA | Os Ferreira Veras, colonizadores das terras da Ubatuba

História - Igreja de Nossa Senhora de Nazaré do Estreito dos Martins

Aluna de Granja, Ceará, é finalista do Prêmio Peteca 2023 na categoria poesia