Estreito dos Martins - Esboço histórico, geográfico e político
A sua gente é laboriosa e boa, de um povo trabalhador e guerreiro. Destaque o extrativismo da palha da carnaúba para produção do pó e a atividade agropastoril, esses são os principais esteios econômicos de seu povo.
A comunidade tem em torno de 500 habitantes, constituída pelas famílias Aragão, Alves, Roque, Soares, Rodrigues, Costa, Mesquita, Santos, Martins, Veras, Dourado, Pereira, Galeno, Lima, Bezerra, Passos e Silva.
A comunidade possui três pequenas ruas
Rua Clarismundo Alves Aragão, rua Antônio Alves Martins e rua Nova
Principais nomes da história política estreitense
Joaquim Manoel dos Santos, Francisco Alves Rodrigues, Joaquim Alves Rodrigues, Gonçalo Alves Passos, Childerico Alves Machado, Antônio Nunes Ferreira, Clarismundo Alves Aragão( vereador na década de 50), Edmundo Alves Aragão, Maria Aragão Pereira, José Ximenes de Aragão(suplente de vereador), Francisco Nunes Aragão(suplente de vereador), tenente José Alves Machado(suplente de vereador).
Cemitérios
Cemitério da Lagoa do Cercado construído por volta de 1912 e o Cemitério Monsenhor Carneiro por volta de 1940.
Prédios e construções públicas
Praça Francisco Nunes Aragão(Chico Miguel), construída nos anos 1970 e reformada em 2017, CEI Edmundo Alves Aragão, antiga Escola Agrupada Nossa Senhora de Nazaré, construída nos anos 1960, a Escola Clarismundo Alves Aragão, construída no final dos 1990, PSF Maria Aragão Pereira, construída nos anos 2000 e antigo prédio da Telemar construído nos anos 1990.
Localidades que fazem parte do Estreito
Cajueiro dos Gregórios, Baixa da Gata, Malhada Areia, Taboleiro da Onça, Melancias, Malhada Real, Fazenda Riacho, Vereda dos Morros, Morro Grande, Areias, Pedra Branca, Passagem Rasa, Cabeça Vermelha e Pinto do Manoel Chico.
Os lugares Caraúbas e Malhada Grande que também se localizam nas cercanias do Estreito já foram povoados, hoje no entanto não reside mais habitantes.
Na Caraúbas existe hoje apenas uma casa sem morador, a casa foi construída por João Batista Pereira(Batista Doca), filho de Raimundo Alves Pereira (Doca Joãozinho), da Vereda dos Morros, neto de João Vitalino, a casa foi construída por volta dos anos 1970. O último morador que ali vivia foi o senhor Raimundo Zé Ana e sua família, que no ano de 2020 se mudaram para o Estreito.
Já na Malhada Grande, a única casa ali existente e também sem morador atualmente foi construída nos anos 1950 e pertencia a Inocêncio Oliveira Aragão, filho de Tomás Ximenes de Aragão, antigo morador das Queimadas.
Principais rios:
Ubatuba e Caraúbas
Principais reservatórios de água:
Açude do Angelim(1983), açude da Passagem Rasa(1983), açude do Cabeça Vermelha(1909), açude da Malhada Areia(1983), açude das Areias e lagoa do Cercado.
Os primeiros moradores do lugar remotam o ano de 1828, de um recenseamento feito no distrito de Ubatuba, coordenado pelo Juíz de Pedaneo de Ubatuba Rogério Francisco da Rocha Revorêdo, nele inclusive consta o antigo morador Joaquim Manoel dos Santos que era casado com Ana Joaquina Fontenele, filha do Capitão Plácido Fontenele, Manoel Joaquim dos Santos foi um dos moradores que lutaram contra os balaios no ano de 1840, ao lado do tenente Francisco Elias Fontenele, do inspetor de Quarteirão de Ubatuba Amaro José Fontenele, de João Damasceno Ferreira Veras e tantos outros moradores.
Religiosidade
O patrimônio de Estreito dos Martins foi doado, na década de 1940, pelo abastado sertanejo e criador do lugar Salustiano Cardoso de Morais, pai da dona Maria Alves(Maria Salú), esposa do senhor Antônio Alves Martins(Neguin Tenente) e de Honorina Cardoso, esposa de Edmundo Alves Aragão(Edmundo Real).
Com essa doação valiosa e espontânea do senhor Salustiano Cardoso, teve início a construção da capela, mas devido a certas dificuldades financeiras, os serviços marcharam em compasso lento quando, e em 1947, após incentivo do Monsenhor José Carneiro da Cunha na época então pároco de Chaval, os moradores Antônio Nunes Ferreira, Clarismundo Aragão, Miguel Ximenes, Candido Fontenele e tantos outros estreitenses, deram um novo impulso e aceleraram sua construção.
Nossa Senhora de Nazaré, escolhida em comissão como padroeira do povo estreitense e do verdejante vale do Ubatuba.
A capela foi benta pelo monsenhor José Carneiro da Cunha em 1947, em noite eufórica de sua população.
A sua festa em homenagem a padroeira é celebrada com muita fé do dia 05 ao dia 15 de novembro, e de seu Co-Padroeiro São João Batista do dia 14 à 24 de junho.
Segundo a neta de Miguel Ximenes de Aragão e Gonçalo Alves Passos patrocinadores da imagem de Nossa Senhora de Nazaré e do Sino respectivamente, dona Fransquinha Aragão, que na época da construção da capela era criança, nos relatou o seguinte:
“ E como eram bonitas e animados os festejos religiosos de Nossa Senhora de Nazaré, na época do Monsenhor Carneiro. O Estreito tornava-se um verdadeiro labirinto humano, todas as regiões próximo ao Estreito se uniam e se confraternizavam. O povo, em massa, rumava para as novenas e leilões, enquanto as latadas iluminadas a querosene, fervilhavam de gente.
Os sertanejos, opulentos e pobres, gente de todos os matizes, vinham prestigiar o bondoso Vigário, quando abençoava a nossa comunidade religiosa”.
Dona Neuza de Brito do Brejinho, de 85 anos, sobre os festejos do Estreito disse:
“ A procissão era uma apoteose de fé e cânticos, levando em artísticos andor, a Nossa Senhora de Nazaré.
Em nossa mocidade, nunca perdíamos uma festa no Estreito e muitos amigos tínhamos lá, como o Edmundo e sua esposa a Honorina, onde nos hospedávamos em sua casa durante os festejos”.
Hoje Estreito dos Martins pertence a paroquia de Santa Luzia de Timonha, a frente o padre Raimundo Nonato Fontenele Figueira, que recentemente tomou posse da paróquia.
Neste ano de 2020, depois de 73 anos de história da capela, a comunidade vivenciou um momento histórico em tempos de pandemia do novo Coronavírus, os festejos de São João Batista de nossa comunidade foram realizados através de transmissão ao vivo pelo Facebook, seguindo assim as orientações da Organização Mundial de Saúde(OMS), no intuito de evitar aglomerações nas suas festividades.
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